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Nasci em Minas de S. Domingos, uma pequena aldeia do Baixo Alentejo, no dia 19 de Maio de 1955. As minhas raízes são fortemente alentejanas. Cedo se revelou o meu gosto pela escrita. Comecei por escrever histórias, versos, poemas curtos mas longos no sentimento. Aos poucos foram crescendo, ganhando alma, criando à minha volta desejos, desnudando sentimentos onde encontrei muito para chorar. Quando escrever se tornou para mim uma dependência compreendi que era através da escrita que encontrava sossego sempre que sopros grosseiros de desordem invadiam a minha vida. Escrever é para mim um enorme prazer mas é também preocupação e responsabilidade: Preocupação como forma de disciplina, responsabilidade como contrapartida de uma vida livre. Escrevo pondo de lado todos os medos, e desfruto desse acto criativo, inventando, porque a literatura é uma invenção. Com frequência os meus livros nascem de ideias abstractas que vão ganhando forma à medida que as personagens se vão dispondo e arrumando sem conflituosidade. Escrevo com o coração, reescrevo com a cabeça e, por fim, dou-lhe alma.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

poesia

A FORÇA DO ESPERAR

Outrora acreditei que muros
Separavam homens de outros homens
E terras de outras terras.
Afinal tudo os une
E se algum muro havia,
Ele era meu.
Passei de juventude a muro transparente
SAI.
Toquei coisas e seres que senti.
Atravessei o muro cristalino
TEMPO.
Não deixes que se eleve ante os meus olhos
Outra muralha.
Agora escura e baça contra a qual toda a luz se desfaça.
Enquanto houver beleza para amar
Ou uma luta por decidir,
Enquanto alguém ainda me falar
E for preciso crescer para ouvir,
Se houver mais terra para visitar
E for preciso crescer para lá ir,
Enquanto houver um livro para ler
Vida para encontrar nos outros e em mim,
TEMPO
Ensina-me a crescer até ao fim.

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